O Teatro Anatómico

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Medicina e bruxaria.

No que toca a acudir a si próprios, médicos, bruxos e deuses estão no mesmo pé, indefesos.
Se tu és o Rei dos Judeus, salva-te então a ti próprio. Lucas XIII, 23.

O texto que reproduzo em seguida foi extraído de Eliza Lynn Linton, Witch Stories, 1861. De complexo entendimento, para não utilizar o tópico incompreendida, porque tal remeteria desde logo para a intenção do receptor e não para a complexidade do emissor, E. L. Linton, todavia não expressamente uma activista, bem pelo contrário, mas tão só um sujeito que se impôs para lá das restrições impostas ao alcance do seu feminino género, desperta ainda hoje díspares avaliações no domínio da história, ou narrativa do movimento feminista britânico. A sua precursora argúcia fica registada neste pequeno trecho:

(…); a straw – a broomstick- the serviceable imp ever at hand- was enough for them; and with a pot of magic ointment, and a charm of spoken gibberish, they may visit the king on his throne, , or the lady on her bower, to do what ill was in their hearts against them, or to gather to themselves what gain and store they would. Yet with all this power the superstitious world of the time saw nothing doubtful or illogical in the fact of their exceeding poverty, and never stayed to think that if they could transport themselves through the air to any distance they chose, they would be but slippery holding in prison, and not very likely remain there for the pleasure of being tortured and burnt at the end. But neither reason nor logic had anything to do with the matter. (…)

É óbvio que a autora se está a referir ao histerismo da caça às bruxas, que trespassaria inesperadamente o dealbar da modernidade, questionando-se sobre quem cria nelas ou as inventava, se elas próprias, se os arautos da razão.
E para compreendermos bem o que a autora quer sugerir, não será inoportuno reportar os mais claros indícios da ingénua crença da medicina na bruxaria, ora ao alcance do seu foro, ora fora dele.

Physicians were involved in witches’ trials in many
ways. Often, they were called upon to diagnose the
malady of a “bewitched” or “possessed” person.
If they were able to identify the illness, their opinion
was usually (but not always) respected, and the case
against the presumed witch was accordingly dropped.
Belief in possession has been fairly common
throughout the history of religion. Tales abound of
people into whose body, it was believed, another
being or creature had entered, causing hysteria,
convulsions, and aberrant behaviour. The victim was
said to develop the physiognomy, personality, even
the voice of the possessing demon. Once the
physician had adjudged a victim to be not suffering
from any recognizable malady, the case passed into
the hands of the Church, whose exorcists were
responsible for any subsequent “treatment” of the
possessed.
When a witch was arraigned, a physician was
supposed to examine both her physical and mental
condition and determine her fitness to undergo the
requisite torture. (Since there were relatively few
physicians, these examinations were generally
conducted by barbers or barber-surgeons, unless a
given case was of unusual importance.) Physicians or
barber-surgeons were also required to tend the
accused (though not excessively) during torture, and,
in general, to serve as a sort of medical advisor to the
court.
Examination of the accused, in accord with
contemporary demonology. included a search for the
so-called “devil’s stigmata.” These were insensitive
marks on the skin, such as red spots, ulcers, or
depressions, which were considered proof of having
had sexual relations with the Devil.
Physicians were often responsible for treating
persons “bewitched.” One of the first books
describing the treatment of illnesses caused by
witchcraft was Giovanni Battista Codronchi’s
De
morbis veneficis ac veneficiis libri quatuor, published
in 1595. Codronchi devoted a part of his work to the
description of illnesses caused by witchcraft. Then, in there are records of the examination by
a relatively progressive manner (one of his daughters was also “bewitched”), he tried to explain and recommend their treatment.
There are records of the examination by physicians and pharmacists of so-called witches’ ointments and philtres. They contained many extracts from hallucinogenic herbs and effects were either unknown or not well understood. Witches’ experiences, wrote Weyer, are delirious dreams induced by drugs. Elsewhere he wrote that witches’ dreams were caused by the somniferous drugs in their ointments, and added to this list of familiar European substances such Oriental drugs as opium and hashish.

Jaroslav Nemec, National Library od Medicine, London, 1974.

Ora aqui temos uma parábola, porque o itinerário é de facto parabólico, com um sentido muito próximo do daqueloutra do lobo, do cordeiro e da couve. Os clérigos não importunariam a medicina, enquanto ela participasse na caça à bruxaria. Em breve, acusariam os médicos de bruxos, até que os médicos, muito mais tolerantes já em relação à bruxaria, que haviam transferido para o foro clínico, passassem a perseguir os clérigos.
Bem, no período histórico, da sua história, claro, a que se reporta esta abordagem de Jaroslav Nemec, despontava no universo do experimentalismo médico a sistematização dos dados adquiridos em duas áreas, a anatomia, consequentemente a cirurgia, e a urologia.
Ora, não é inoportuno questionar-me sobre se muitas das genericamente denominadas witch bottles, que despertam ainda uma curiosidade fetichista deambulante entre uma etnografia inepta e o culto do insólito, não serão meros recipientes de ensaio de urologistas farmacêuticos. É que a urina foi não apenas um medium para o diagnóstico, como um medium para o metabolismo de certos fármacos. Depois, em muitas delas abundam fragmentos metálicos, o que pressupõe a experimentação da acção de ácidos sobre certos metais, ou mesmo algumas substâncias biológicas.
Vale a pena ler, de Robert Graves, Difficult questions, easy answers, Garden City, NY, Doubleday & Co, 1973. Era muito remoto o conhecimento empírico de que a urina constituía o melhor medium para potenciar a acção de alguns alucinogéneos, ou anestésicos na nomenclatura respeitante ao uso clínico.
Na própria ambiguidade antinómica da nomenclatura, alucinogéneo quando o seu consumo determina a acção terapêutica e anestésico quando o seu uso se integra na prática clínica, se deixam antever múltiplos sentidos de exploração.

terça-feira, 23 de junho de 2009

A propósito de Eles andam no Eufrates à procura de uma fronteira, de Alexandra Lucas Coelho, Público, 23 de Junho de 2009.

É voz corrente que Einstein terá um dia confessado que descobrira a teoria da relatividade por andar à procura de Deus.
É já alguma coisa, que uma procura não seja aleatória, embora possa descobrir o que não procurava.
Por portas travessas, Einstein pode ter descoberto o diabo.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

The perfect woman

The perfect woman.

Perfect bodies, perfect minds, perfect gods. To my friends Lena and Clara. And Evan. And their kids.

What is that, perfection? A sculpture by Praxiteles, Phidias, Buonarroti, Henri Moore? A painting by Leonardo? An anatomic illustration by Calgar? One shell, one flower, a bird? A star?
A lost bone of one thousand years man, of a dinosaur, of a mammoth?
A body staying on a beach, waiting for cancer?
An illuminated mind available to proffer an universal physical law? A poet, a philosopher?
Do you think it about you? That you are perfect?
There is no perfection on the universe. The most imperfect had been gods.
Run by your perfection. It, she or he may be beside you. That’s the perfection, the one yours. Fake to everyone else.
Because it, she or he doesn’t exist outside you and your mind.
Perfection stays on your mind, inside it. And doesn’t may go away out.
And… is this, and nothing more, the perfection.
That’s the sense of my perfect woman. Nobody, better then me, knows she is not the perfection. She is my woman. And that is my peace.
The search for perfection is
medica res. Or morbid mind’s anatomy.
About the woman who had lived searching for a god.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Licantropia

O Capuchinho Vermelho

Interpelações embaraçosas


Há dias um amigo, muito astuto, questionou-me sobre a razão pela qual eu subintitulara um ensaio aqui inserto O Capuchinho Vermelho, invocando a corrente transmissão da forma como, na história, o lobo interpelara no bosque a menina.
Devo confessar que não esperava a questão e, como o meu amigo é muito mais astuto do que eu, que até sou um pouco lorpa, entrei em pânico, a congeminar como me haveria de sair airosamente do assunto, sem expor a minha cretinice.
Eis a resposta:
Desde criança, quando ouvi pelas primeiras vezes a história do Capuchinho Vermelho, havia sempre uma interrogação a que não conseguia responder. Porque razão o lobo, surpreendendo a menina só e indefesa no bosque, não a tinha comido logo ali?
Só havia uma explicação: estava faminto. Matreiro, logo pensou, quando ouviu a leviana e ingénua resposta, que podia encher a pança não só com a menina, mas também com a sua avó.
Ora, fora a desatenta resposta da menina que induzira o lobo na congeminação do plano para satisfazer a gula.
Se não fora essa a explicação, pensei mais tarde, quando já me despontava nos queixos a barba, só havia outra. Tratava-se de uma subtil metáfora tomando como tópico a licantropia. Ali, na fábula, eram todos licantropos, o próprio, a avó e a menina.
Tratava-se então de medica res, no primitivo e subtil estádio da fábula.
E então o meu amigo, ou Vossemecê, que decifre o resto.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Mitos quase urbanos

Mitos quase urbanos
Suicídio e eutanásia

Ainda tomando como pretexto Sousa Martins



Persiste ainda em disputa sem conclusão a avaliação da autenticidade dos relatos que se fundamentam na certeza de que a causa da morte de Sousa Martins foi o suicídio.
Do ponto de vista do sentido em que aqui discorremos sobre a matéria, tal atestação, histórica ou clínica, é irrelevante. E se muitas alegações contra a hipótese ou certeza do suicídio as devemos tomar como legítimas, quando, explicitamente, têm como objectivo descarregar a imagem do venerado médico e humanista da sombra de uma derradeira manifestação de humana fraqueza, eu alegaria que não é senão na humana fraqueza que se manifesta mesmo a superior dimensão de um grande homem, de um santo, não no canónico e divino sentido, mas no humano.
O tema do suicídio de Sousa Martins é, então, aqui tomado como uma metáfora, venha ou não a ser confirmado. E é na metáfora e não no facto histórico, para mim todos os factos históricos são metáforas, que se congrega o profundo sentido do tema e do episódio.
E partimos do pressuposto de que, no desabafo transmitido à beira do colapso e na sua hermenêutica, se encerra um inesgotável universo de complexos sentidos de exploração que justificam a congregação da metáfora no sujeito.
Do meu ponto de vista o suicídio nunca macularia a venerada memória de Sousa Martins. Seria talvez o seu derradeiro, sintético e mais lúcido testamento.
A morte é mais forte do que eu (…). Um médico ameaçado de morte por duas doenças, ambas fatais, deve eliminar-se por si mesmo.
É mesmo dispensável perdermos tempo e energia a documentar toda uma vida que subjazeria a esta disposição. As agonias e desgraças que acompanhou no exercício da sua prática clínica, na assistência a enfermidades tão contundentes como a tuberculose ou mesmo a loucura. O profundo conhecimento da dor, da indignidade do ser humano na sua mais profunda miséria, exposto à comiseração, ao surdo claudicar, tantas vezes hipócrita, dos circunstantes para quem a vida prossegue, amarrados à e congregados na agonia do enfermo. A dor especular, na família, nos amigos.
E então atingimos o profundo sentido da humanidade e do alerta enquistado neste desabafo: O (um) médico (…) deve eliminar-se por si mesmo.
Quantas vezes Sousa Martins se terá interrogado sobre as razões que o impediam de eliminar o paciente?
Numa altura em que se retoma contundentemente o tema da legitimidade da eutanásia, este episódio e este desabafo, tomados como metáfora, são um mito quase urbano.
E se, fundados nesta metáfora, quiséssemos reformular a questão da eutanásia, colocaríamos simplesmente a questão: Ao paciente não devem ser facultados os meios que o médico pode com perícia utilizar, para decidir sobre o sentido e a oportunidade de prolongar a vida?
Quando Sousa Martins equaciona a questão desta forma, não se tratará da derradeira expressão de revolta contra os privilégios do seu estatuto?
E então surge-nos com a clareza da súbita iluminação o santo ou o profeta, não canónicos mas metafóricos.
Ao fim e ao cabo, cada santo é em última instância uma metáfora.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Adversus modernitatem

Adversus modernitatem
Para esconjurar esse peregrino conceito de pós modernidade.

Não houve talvez na história do pensamento contemporâneo conceito tão ambíguo e habilitado a referir posturas ideológicas tão antagónicas como o de pós modernidade.
De tal forma que chegou a ser proposto como alternativa de paradigma, que nunca poderia ser. Embora tenha criado a ilusão de que era esse o seu sentido.
Estou todavia convicto de que estruturou alguns itinerários derivantes ou divagantes do eixo estruturador da modernidade. Não mais do que isso.
Por isso tornou-se num tópico ele próprio aglutinado com o de modernidade.
A história é por nós esgrimida para avaliar o limitado alcance dessa disposição conceptual. Partindo do princípio de que, se não conseguirmos desmembrar a modernidade nas suas raízes, no ponto do itinerário em que rompeu com a tradição, nada mais nos resta senão continuarmos enredados com ela.
Temos que dissecar o momento histórico em que a orientação do conhecimento humano enveredou por determinado itinerário e não por outro, entre aqueles que não lhe estavam vedados. Trata-se de uma psicanálise exaustiva.
Não pós, mas contra, ou no exercício da crítica sistemática da modernidade. Seja, retroactiva.
Pós modernos são hoje todos. É uma praça de concórdia. Nós somos contra a modernidade. Prisioneiros talvez ainda do dever, por ingenuidade, de salvar alguns princípios ou aquisições ética e culturalmente válidos. Sabemos que será sempre uma avaliação ideológica.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Ubiquidade na prática de um médico.

A extravagante representação social da prática de um médico.
Sousa Martins.
Da medicina à taumaturgia.

If the doors of perception were cleansed every thing would appear to man as it is, infinite. For man has closed himself up, till he sees all things through narrow chinks of his cavern.

Aldous Huxley, The Doors of Perception, 1954.

Sousa Martins suicidou-se com cinquenta e quatro anos, com uma injecção de morfina, em 1897.

Fora contaminado pela tuberculose, após protagonizar as mais estruturadas campanhas contra a sua disseminação, empreendendo medidas estruturais de saneamento público e dedicado à assistência clínica aos enfermos. Sofria ainda de doença cardíaca agravada.

Antes da solução conclusiva terá confiado a um amigo: A morte é mais forte do que eu. Um médico ameaçado de morte por duas doenças, ambas fatais, deve eliminar-se por si mesmo.

Filho de um carpinteiro de Alhandra, orfão com sete anos de idade, iniciou o seu contacto com a sua futura profissão, como ajudante de farmácia, no estabelecimento de um tio. Em 1864 concluíu o curso de farmacêutico na Escola Politécnica e o de Medicina em 1866 na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Nesta peculiaridade reproduz um itinerário disciplinar cuja avaliação estruturou um permanente contencioso na História da Medicina e da Cultura Médica em Portugal, em torno da determinação do papel dos oficiais das práticas adjacentes, sangradores, meios cirurgiões, algebristas, farmacêuticos, na consolidação de uma medicina operativa contra uma medicina retórica e livresca.

Em trinta e um anos, sem abandonar a prática clínica que estruturou a imagem mais apelativa com que socialmente se representou, percorreu um notável e fulgurante itinerário académico e político-cultural, protagonizando reformas determinantes no sistema de saúde pública.

Foi a sua humanidade e a relação com o enfermo, a ubiquidade do domínio em que produzia a cura, extavagante entre a ciência e uma espontânea taumaturgia, a imagem que mais marcou o culto social pela sua personalidade. No Campo Mártires da Pátria, o monumento que o invoca, dominando a praça fronteira à Antiga Escola Médico-Cirúrgica, é objecto de um culto quotidiano, com o pedestal ornado com coroas de flores, lápides, ex votos, reproduções em cera de membros enfermos, ou sarados, como num singelo santuário de província. Santo para muitos.

Numa altura em que a problemática de atribuição de santidade retornou à ordem do dia, no contexto da canonização de Nun'Álvares Pereira, a sugestiva congregação da medicina com a santidade, na peculiar personalidade de Sousa Martins, suscita reaprofundamentos sucessivos e consistentes.

Do ponto de vista da avaliação eclesiástica, a sua canonização constituria sempre um paradoxo, porque se suicidou.

Um apelo.


quarta-feira, 10 de junho de 2009

Que raio de gente andava Vesalio a esfolar?


Os apolíneos esfolados de Vesalio

Donatello, Leonardo, Buonarroti e Calgar

Que raio de gente andava Vesalio a esfolar?


Ensaio breve




Um dos primeiros argumentos verberativos levantados contra Vesalio suscitados pela publicação de De (…) Fabrica, foi o de que era dispensável expor publicamente a prática da dissecação de cadáveres humanos. A escola de Salerno sempre se legitimara com o argumento de que praticava a dissecação e a observação analítica anatómica em porcos, cuja anatómica morfologia muito se aproximava dos humanos.
Bem, não me vou pronunciar sobre a similitude anatómica, mas a similitude etológica seria celebrada cerca de 1530 por Johanes Placentius, ou Publius Porcus, ao publicar Pugna Porcorum, talvez precursor e fonte de inspiração de George Orwell. Já muito anteriormente alguém dera o mote à metáfora, ao enriquecer a hermenêutica da Ilíada com a Batrachomiomahia. No meu périplo escolar, as primeiras dissecações que nos propuseram foram aplicadas a rãs.
O que em Salerno se fazia às claras e se reproduzia nos tratados talvez não correspondesse ao que se fazia no esconso. Também nunca saberemos se as referências de Vesalio à vivissecação são mais do que provocação e petulância.
Do que temos quase a certeza é de que Vesalio não aplicou as suas novidades àqueles sujeitos retratados por Calgar, tão divinos, tão elegantes, que até parecem ter ressuscitado da obra escultórica de Fídias ou de Praxíteles.
Leonardo documentou em desenhos espontâneos a sua observação partilhada no teatro anatómico, mas os registos são de detalhe e não toleram extrapolações que permitam identificar o estatuto dos pacientes.
A obra dos grandes mestres da escultura renascentista, de Donatello a Buonarroti, sugere informação recolhida in situ, no teatro anatómico. Mas nunca saberemos se a informação foi recolhida em primeira mão, ou advinha já das suas fontes, os clássicos da escultura antiga.
O que ressalta da documentação é que a dissecação estava restrita, mesmo nos períodos e círculos mais liberais, a criminosos condenados, prisioneiros de guerra mouros, ou ciganos (arménios, na eufemística expressão). Mas o que ficou escrito e registado é apenas uma ínfima porção da complexa realidade do que é, ou foi a vida.
Que raio de gente andava Vesalio a esfolar? Provavelmente ninguém. Tudo aquilo foi inventado pelo artista. Morbida Ars e nada mais. Quem nos dera que assim fora.